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desequilibrado, desalinhado, descentrado
Falei de ti com as palavras mais limpas
Viajei, sem que soubesses, no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.
Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei da parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.
Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias.
Fernando Assis Pacheco
Eu e muita gente
já sabíamos que era assim.
Agora, só não sabe
quem não quer.
O mais triste
é que o Pinto
e outros (muitos) da
mesma laia, sejam
os protagonistas da
nossa sociedade.
Com o declarado
apoio de alguma
comunicação social e
de (quase) todo o poder
político.
Aguardemos pelas
consequências...
M. Pinto
"O presidente honorário do PS, Almeida Santos, disse hoje que o chefe do Governo Regional, Alberto João Jardim, fez «uma obra positiva» na Madeira e que é «economicamente sério», apesar de não apreciar a forma como ele faz política" (SOL online)
O Almeida elogia o Alberto João.
O Soares elogia o Hugo Chávez.
A senilidade é terrível.
M. Miguel
"A maioria das escolas consideradas de intervenção prioritária têm uma alta taxa de insucesso e mantêm os problemas de indisciplina. O programa destinado a melhorar os resultados dos alunos provenientes de meios mais desfavorecidos foi implementado há três anos e um relatório revela agora que os resultados nestas escolas continuam abaixo da média nacional." (TSF online)
Previsível.
Porque não se mudou o essencial:
o modelo de organização escolar,
os conteúdos e
as mentalidades.
M. Pinto
"A Galp Energia contestou a ideia de que exista “uma enorme diferença de preços” entre os combustíveis vendidos em Portugal e em Espanha, considerando que antes de impostos a gasolina nas bombas portuguesas é até mais barata do que em Espanha.
(...) Por isso mesmo, a Galp considera que “os preços actuais estão perfeitamente ao nível do que se verifica nos restantes países europeus”. “Em relação a Espanha, a diferença é de 22 cêntimos por cada litro de gasolina 95 (nas bombas espanholas custa 1,089 euros) e de 7,5 cêntimos no litro de gasóleo (que custa 0,98 euros em Espanha)."
Pagamos os combustíveis mais caros
do que em Espanha. Mas a GALP
quer convencer os portugueses
do contrário.
O salário médio dos portugueses
é dos mais baixos da Europa.
Mas o preço dos combustíveis
está ao nível da Europa.
O que é muito bom
diz a GALP.
Para quem?
Para a GALP, pois claro.
No fundo, a GALP está a passar um
atestado de imbecilidade
a todos nós.
Eu sinto-me ofendido.
M. Pinto
"Câmara de Lisboa vai permitir casais gays nos casamentos de Santo António (PÚBLICO online):
(...) em declarações à edição on-line do jornal "A Bola", o padre franciscano Vítor Melícias considerou a notícia “infundada”, além de “inadequada e abusiva”. E mostrou-se indignado com uma eventual “utilização da figura de Santo António” para este fim, uma vez que a doutrina católica se opõe ao casamento homossexual."
Melícias é um assexual fervoroso.
Mas põe-se na pele de um
heterossexual cristão,
para comentar o eventual casamento
homossexual, nos "casamentos de
santo antónio".
Num jornal desportivo ateu.
O costa ainda não confirmou.
M. Pinto
"ETA pretendia criar base terrorista em Portugal" (SOL online)
Política do governo, para atrair investimento estrangeiro, a dar os seu frutos.
M. Pinto
Frio.
Neve.
Gelo.
Al Gore.
Ambientalistas.
Frio.
Neve.
Gelo.
Hillary Clinton.
Peter Robinson.
Frio.
Neve.
Gelo.
Associação Euskal Herria.
A minha cabeça.
M. Pinto
— Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!
Lã vermelha, leito fofo. Tudo bem calafetado...
Nenhum livro, nenhum livro à cabeceira —
Façam apenas com que eu tenha sempre a meu lado
Bolos de ovos e uma garrafa de Madeira.
Não, não estou para mais — não quero mesmo brinquedos.
Pra quê? Até se mos dessem não saberia brincar...
Que querem fazer de mim com este enleios e medos?
Não fui feito pra festas. Larguem-me! Deixem-me sossegar...
Noite sempre plo meu quarto. As cortinas corridas,
E eu aninhado a dormir, bem quentinho — que amor...
Sim: ficar sempre na cama, nunca mexer, criar bolor —
Plo menos era o sossego completo... História! Era a melhor das vidas...
Se me doem os pés e não sei andar direito,
Pra que hei-de teimar em ir para as salas, de Lord?
- Vamos, que a minha vida por uma vez se acorde
Com o meu corpo, e se resigne a não ter jeito...
De que me vale sair, se me constipo logo?
E quem posso eu esperar, com a minha delicadeza?
Deixa-te de ilusões, Mário! Bom édredon, bom fogo —
E não penses no resto. É já bastante, com franqueza...
Desistamos. A nenhuma parte a minha ânsia me levará.
Pra que hei-de então andar aos tombos, numa inútil correria?
Tenham dó de mim. Co'a breca! Levem-me prà enfermaria! —
Isto é, pra um quarto particular que o meu Pai pagará.
Justo. Um quarto de hospital — higiénico, todo branco, moderno e tranquilo;
Em Paris, é preferível — por causa da legenda...
Daqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda —
E depois estar maluquinho em Paris fica bem, tem certo estilo...
Quanto a ti, meu amor, podes vir às quintas-feiras,
Se quiseres ser gentil, perguntar como eu estou.
Agora, no meu quarto é que tu não entras, mesmo com as melhores maneiras:
Nada a fazer, minha rica. O menino dorme. Tudo o mais acabou.
Paris - novembro 1915
Mário de Sá-Carneiro