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desequilibrado, desalinhado, descentrado
Não quero.
Não faço.
Não gosto.
Não me apetece.
Não vou.
As frases mais ouvidas.
M. Pinto
"Em tempos de crise, as ofertas de emprego são sempre uma esperança para os que procuram trabalho. E, no caso, dos agrupamentos de escolas que ainda têm falta de funcionários, o Ministério da Educação tem para oferecer pelo menos 75 lugares para auxiliares e educação ou assistentes operacionais. Só que, quem aceitar as condições impostas pelo governo tem de estar preparado para receber um salário bruto de três euros por hora e trabalhar entre três a quatro horas por dia."
Ainda dizem que o Estado é mau gestor.
M. Pinto
"A partir de Março, os doentes vão poder escolher qual a marca do medicamento que compram, desde que respeitem a substância activa prescrita pelo médico, anunciou hoje o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar."
Os médicos prescrevem.
Os doentes escolhem.
Os farmacêuticos aconselham.
É uma verdadeira democracia.
M. Pinto
"O Presidente da República alertou hoje para a deficiente exploração económica do mar, sublinhando o trabalho que ainda está por fazer em muitos domínios, nomeadamente no caso dos portos."
É o Cavaco a desviar a atenção
da Terra.
Quem lhe dará atenção?
Os Argonautas?
M. Pinto
"A síndrome do sotaque estrangeiro – na qual após uma lesão cerebral, a pessoa lesionada continua a falar o idioma nativo, mas com outro sotaque – ainda é rara e há, até hoje, apenas 61 casos confirmados no mundo. Recentemente, a britânica Kay Russell, de 49 anos, após ter-se deitado com uma crise de enxaqueca grave, acordou a falar com pronúncia francesa."
Qualquer coisa de semelhante deve
ter acontecido à ministra da educação -
Isabel Alçada, que falou ao país
com um sotaque muito estranho.
M. Pinto
"A cultura na civilização ocidental teve sempre uma finalidade religiosa. Aprendia-se a ler para ler os livros sagrados ou conhecer as vidas dos santos, com vistas não só ao exemplo mas ainda e sobretudo a acudirem-nos às maleitas. De qualquer modo, era-se culto para o céu e não para a caldeira de Pêro Botelho. Então a cultura não era um valor por si, porque havia outro valor de que ela fosse uma muleta. E como o objectivo final era o paraíso, não havia muita necessidade dessa coisa maçadora que é aprender o que se lê. Eis porque a estrada real para o paraíso era o analfabetismo. E daí esta coisa curiosa e é que quanto mais se sabia ler, menos concorrida ficava a estrada para o céu. E foi quando definitivamente se desistiu do paraíso, que se começou a falar de cultura. A cultura viu-se assim promovida quando se despromoveu a sua utilização. Cultura e religião dão-se como o cão e o gato. Quanto mais uma, menos a outra. E quanto mais outra, menos uma. Nós hoje falamos de cultura, porque deixámos enfim de falar no Padre Eterno."
Vergílio Ferreira - in "PARA SEMPRE"