Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
desequilibrado, desalinhado, descentrado
"O consultor do Governo António Borges afirmou hoje que o programa de ajustamento financeiro está "a correr melhor do que se pensava", que a bancarrota "desapareceu" e que, apesar de não estar "garantido", há "boas probabilidades" de relançamento económico em 2013.
"O programa está a correr bem, digam o que disserem, o programa está a correr melhor do que se pensava. E digo isto com conhecimento de causa porque estava no FMI quando o programa foi desenvolvido. E acompanhar agora a execução mostra que há muitas dimensões em que estamos bem à frente daquilo que se esperava e muito melhor que outros países em situação semelhante", afirmou o economista, durante uma conferência na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide." (PÚBLICO online)
O consultor António Borges, pelo que tem dito
e pelo que já disse.
Merece entrar no estrito clube
dos cromos das raças humanas.
M. Pinto
"Talvez o mais preocupante sinal dos condicionamentos à liberdade de informação em Portugal se revele no estranhíssimo silêncio sobre o que se passa em Angola. Em Angola estão a decorrer eleições, todo o mínimo protesto é reprimido por uma combinação de polícias e milícias do MPLA, as condições do acto eleitoral são contestadas pelo principal partido da oposição, a UNITA, que ameaça não ir às urnas nestas circunstâncias. Dentro e fora de Luanda, tem havido e estão anunciadas grandes manifestações da UNITA, ameaçadas sempre de contramanifestações do MPLA. Na verdade, nem isto se sabe pela comunicação social portuguesa, sabe-se pela circulação de fotografias, informações dispersas e algumas declarações corajosas de angolanos que são silenciadas em Portugal.
"Numa cafetaria, alguém pede um café sem natas. O empregado lamenta: "Desculpe, mas já não temos natas. Temos leite. Posso trazer-lhe um café sem leite?"
A anedota retirada de "Ninotchka", de Ernst Lubitsch, foi usada por Slavoj Zizek (...)
in Expresso
"O exercício da cidadania numa democracia não se esgota na prática do voto durante as eleições – ainda que seja a isso que se limita a prática democrática da maioria dos cidadãos, para não falar do número, crescente, daqueles que se abstêm até desse gesto mínimo. Espera-se de um cidadão responsável que, na medida das suas possibilidades e interesses, aja politicamente, que participe nos debates políticos onde estão em causa os princípios que moldam a vida pública e as normas da vida em sociedade, que tome posição, que defenda os seus pontos de vista e os seus interesses usando os meios à sua disposição, da discussão pública no café ou no Facebook ao uso dos meios de comunicação clássicos e de outros fóruns. (José Vítor Malheiros)
Espera-se de um cidadão responsável que interpele os poderes, que use os instrumentos legais para o fazer, da participação em reuniões públicas da sua autarquia ao lançamento de petições e abaixo-assinados, que promova iniciativas legislativas cidadãs e envie projectos de lei ao Parlamento. Que participe nas organizações profissionais e sindicais que lhe dizem respeito, que lute por condições que garantam maior equidade, justiça e bem-estar para si, para os seus camaradas de trabalho e para a sociedade em geral. Que se envolva na actividade partidária, que participe em movimentos de cidadãos, que se envolva em organizações de defesa dos direitos humanos, de defesa do ambiente, de promoção do património cultural, de solidariedade social, que faça trabalho voluntário para causas humanitárias. Que se envolva nas organizações que visam melhorar as condições de vida do seu bairro, da sua cidade, da sua escola ou do seu emprego. Que denuncie os crimes de que tem conhecimento ou suspeita, que não feche os olhos à corrupção.
Espera-se de um cidadão responsável que reclame e que se indigne, que proteste e que se manifeste no espaço público em defesa dos direitos de todos, que promova concentrações, que organize manifestações, que lance palavras de ordem, que mobilize os seus concidadãos para as causas que lhe são mais caras.
Espera-se de um cidadão responsável numa democracia que não se cale e não se acomode, porque é esta inquietação e este envolvimento, são estas palavras e estes gestos, são estes sentimentos de dever e de responsabilidade para connosco, para com os outros e para com os nossos filhos que constituem o sangue da democracia – e não os rituais cada vez mais desprovidos de sentido das eleições, que nada ou quase nada mudam, onde apenas se escolhem nomes de entre opções pré-seleccionadas por umas dezenas de apparatchiki desconhecidos e de idoneidade duvidosa, onde todos os compromissos são jurados mas nenhum é cumprido, onde nenhuma responsabilização individual é possível, onde as opções possíveis estão limitadas a um oligopólio de partidos e onde o poder, faça-se o que se fizer, nunca foge a um cartel que tem como credo o servilismo absoluto ao poder corrupto e nunca escrutinado da finança.
Estes cidadãos responsáveis e empenhados são essenciais à democracia porque uma democracia que só se anima durante um dia de quatro em quatro anos não é uma democracia, mas apenas a múmia seca de uma democracia. Só que estas acções, esta agitação democrática, só fazem sentido se ela estiver de facto entretecida com a democracia das organizações, dos partidos, da política, do poder, do Estado. Esta vida democrática só faz sentido e só a declaramos como vital porque pressupomos que, nas organizações da sociedade, nos poderes e no Estado, alguém a ouve e que ela alimenta a acção política. E a nossa natural bondade gosta de pensar que esse alguém que ouve o povo é um poder benigno ou pelo menos que tenta ser justo ou, no mínimo, prudente. Gostamos de pensar que entre esta sociedade civil (para usar a fórmula consagrada) e um Estado democrático existe diálogo e que todas as manifestações dos cidadãos são de facto ouvidas, levadas em conta, pesadas. E que, em caso de grande dissidência, existe sempre a Justiça para arbitrar os conflitos.
Mas… e quando isso não acontece? E quando do lado do poder temos governantes sem escrúpulos e que apenas conquistaram o poder mentindo? E quando se fazem surdos a tudo porque a única coisa que querem é construir uma sociedade de senhores e de escravos invocando a legitimidade do seu mandato para governar? E quando tudo o que pretendem é espoliar o Estado das suas riquezas para as entregarem aos donos dos negócios onde eles já asseguraram o seu emprego futuro? E quando os tribunais aceitam suspender a lei para se submeterem aos ditames deste Governo? E quando as regras do jogo limitam os cidadãos, mas os governantes podem fazer batota? E quando todos os dados estão viciados? E quando todas as formas de intervenção democrática que não sejam a múmia estão bloqueadas aos cidadãos?
José Vítor Malheiros – “Público” 28 Ago 2012
"O governo regional (Generalitat) da Catalunha decidiu hoje pedir ao Governo de Espanha um resgate de 5023 milhões de euros, mas anunciou em simultâneo que não aceitará condições políticas, mas que aceitará condições económicas." (PÚBLICO online)
A Catalunha faz-me lembrar a Madeira.
Riqueza, desenvolvimento, progresso.
Nas palavras dos seus governantes.
Com o dinheiro dos outros. Pois claro.
Queriam a independência.
Agora pedem dinheiro ao Governo central.
Uma tristeza.
M. Pinto
O príncipe Harry nu.
A troika quase a chegar.
Banqueiros chamados a S. Bento.
O Neil Armstrong teve uma "complicação imprevista".
"A lâmpada de Edison vai apagar-se de vez".
A RTP-2 vai acabar.
Mourinho já não é especial é único.
É o mundo a funcionar!
M. Pinto
"Foi o próprio que marcou essa diferença: se há um ano estávamos a entrar na grande depressão, como mostrou a realidade que contradisse as previsões, este ano estamos a começar o percurso da retoma. Pedro Passos Coelho nunca usou a palavra, foi até bastante cauteloso, mas deixou clara a mensagem. “Estamos mais próximos de vencer a crise e voltar uma das páginas mais negras da história da nossa pátria.” Mais: “2013 será o ano da inversão na actividade económica.” Ou ainda: “2013 será o ano da estabilização económica e preparação da recuperação.” (PÚBLICO online)
Em 2013:
- Vai aumentar escandalosamente o IMI;
- Vai haver menos 20000 professores nas escolas;
- Vão continuar as carreiras congeladas na função pública;
- Não vai haver aumentos de ordenados, a que acresce a inflação;
- Vão inventar um novo imposto para colmatar a inconstitucionalidade do corte dos 13º e 14º meses;
- O crescimento económico não vai, na melhor das hipóteses, atingir 1%;
E Passos chama a isto o fim da recessão. Eu diria que é o fim do descaramento.
"Da-se" como diria o Fernando Assis Pacheco.
M. Pinto